domingo, 26 de agosto de 2007

Turma de Administração (reportagem e foto)




O problema virou negócio


Por exigência da lei e pressão de grupos ecológicos, o mercado de estudo de impacto e gestão ambiental cresce como poucos no país

Iniciadas durante o governo Ernesto Geisel, as obras da usina de Itaipu geraram uma onda de orgulho nacional e tímidos protestos ecológicos. Na época, o país dispunha de frágeis leis ambientais, e a ditadura privilegiava apenas o potencial econômico das obras. Para tornar-se a maior hidrelétrica do mundo -- posto que só deve perder em 2009, quando o complexo de Três Gargantas, na China, estiver concluído --, Itaipu engoliu a cachoeira das Sete Quedas do Iguaçu e desalojou milhares de pessoas e animais silvestres. Se Itaipu ainda estivesse na prancheta, a história seria outra. No Brasil de 2007, como demonstra o licenciamento das usinas do rio Madeira, o bem-estar dos bagres e o risco de assoreamento nas bacias amazônicas podem atrasar projetos considerados vitais para pavimentar o crescimento do país.

Desde 1997, a lei determina que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) licencie todos os projetos que incluam dois ou mais estados, estejam em terras ou rios federais ou em áreas de fronteira. Em obras menos complexas, a licença fica a cargo de órgãos estaduais ou municipais. Nos últimos anos, as exigências legais, a pressão dos grupos ecológicos e a retomada de grandes projetos de infra-estrutura criaram um novo mercado verde para as empresas que produzem os estudos de impacto exigidos pelo governo, os EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental Relatório de Impacto Ambiental), e executam os projetos de gestão ambiental.
Apesar de não existirem cifras consolidadas sobre o setor, trata-se de um mercado que cresce ano após ano. Estima-se que ao longo da última década tenham sido criadas milhares de empresas de consultoria ambiental, a maioria de microempresários, e que dezenas de milhares de profissionais -- de engenheiros florestais a arqueólogos -- estejam em atividade no país. No Ibama, há hoje 980 pedidos de licença em fase de avaliação, um recorde na história. Não se sabe ao certo quantos projetos estão sob avaliação nos estados e nos municípios, mas trata-se de um número também em alta -- todos os postos de gasolina, por exemplo, precisam obter licenças ambientais estaduais.
Angela Pimenta, 23/08/2007.


  

Um comentário:

Anônimo disse...

Bá galera, fala sério, vocês não acham que está faltando alguma coisa nessa foto? e a turma da bagunça, cadê? Na próxima mostra a gente vai!!! Abraços!!!!