sexta-feira, 31 de agosto de 2007

É mais fácil ser líder ou chefe ?

Já se definiu líder como aquele que tem seguidores, atraídos pelo carisma. A
autoridade de um chefe, por sua vez, advém da autoridade conferida pelo
cargo. Assim, todo líder tem perfeitas condições de ser chefe. Mas e o
contrário, é possível?

Chefiar é buscar resultados: planejar o trabalho de pessoas, organizar
pessoas e recursos, controlar esses recursos. Essas são as funções básicas.
Hoje, porém, propala-se que não basta estar focado nos resultados da empresa,
mas no processo. Ou seja, como chegar lá, nos resultados, e bem. Com uma
equipe motivada, inteira, coesa. Se o foco está nos resultados, chega-se nos
números desejados, mas com uma equipe que pode estar em frangalhos!

Aparentemente é mais fácil ser chefe que líder, até porque o poder da posição
de chefia fornece por si o aparato necessário. O líder, ao contrário, tem de
se preocupar em conduzir pessoas e dar significado ao trabalho. Dar aos
liderados uma causa e fazê-los querer defender essa causa.

No mundo atual não basta ser chefe. É preciso ser também líder.

As empresas querem tanto valor agregado que é preciso estar mergulhado no
trabalho, envolvido. Assim os funcionários -os chamados colaboradores-
precisam de um profissional que os lidere no sentido de motivá-los para o
trabalho.

Historicamente, temos exemplos de pessoas que são/foram líderes natos. Muitas
vezes de discutida e controvertida liderança, como Hitler ou Osama bin Laden.
Outras capazes de ter a simpatia até de quem não compartilhasse de seus
ideais, como Martin Luther King. Mas, de qualquer forma, líderes naturais.

Considerando especialmente o contexto atual, de um mercado altamente
competitivo e de pessoas que buscam estar cada vez mais preparadas para
enfrentá-lo, que competências podem ser desenvolvidas?

Um profissional pode se transformar - ou se "descobrir" - num ser capaz de
fazer coincidir os objetivos da empresa com os das pessoas que têm a função
de mantê-la viva e atuante. De agregar valor ao que o chefe de antigamente
fazia - não apenas chegar ao resultado esperado, mas chegar a ele com um
significado para as pessoas envolvidas.

O líder é aquele que consegue olhar para o seu grupo de trabalho e transmitir
a ele um desafio claro, os objetivos que o compõem e a motivação necessária
para atingi-los.

Atualmente, o discurso do líder está na boca de todo chefe. Mas há uma
discrepância, uma dissonância, e grande, entre o discurso e a prática -
talvez até ainda inconsciente. Mudou-se a forma de pensar, mas não se
conseguiu introduzir um novo comportamento, um novo hábito. Na maioria das
organizações está-se ainda no primeiro estágio - o de tomar consciência de
que é preciso olhar para o grupo de trabalho de uma nova forma. O gestor
ainda ouve muito pouco as pessoas à sua volta. Sua capacidade perceptiva
ainda é baixa.

Mas como um passo só pode ser dado depois de outro, vamos olhar com otimismo
e motivação o estágio em que nos encontramos. Qualquer caminho só se constrói
com o próprio caminhar. E nós já estamos no caminho.

Maria de Fátima Ohl Braga , pedagoga pela PUC/SP, é diretora da área de
planejamento organizacional da Ohl Braga Consultoria.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Você é Hands On?

Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno, nome que agora se dá à Seção de Serviços Gerais. E a empresa exigia que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem HANDS ON. Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.
Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é quase o paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos permite que as empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá de saltar para ser admitido.
E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da super-qualificação, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...
Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno.. E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges, Gerente da Contabilidade.
Seu Borges: -- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
Fabiana: -- In a hurry!
Seu Borges: -- Saúde.
Fabiana: -- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português?
Seu Borges: -- E eu sei lá? Dá para você tirar logo as cópias?
Fabiana: -- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática.
Seu Borges: -- Não, não.. Cópias normais mesmo.
Fabiana: -- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos.
Seu Borges: -- Fabiana, desse jeito não vai Dar!
Fabiana: -- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
Seu Borges: -- Como assim?
Fabiana: -- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um desperdício do meu potencial energético.
Seu Borges: -- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
Fabiana: -- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
Seu Borges: -- Futuro? Que futuro?
Fabiana: -- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada.
Seu Borges: -- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
Fabiana: -- Sei. Mas o senhor é hands on?
Seu Borges: -- Hã?
Fabiana: -- Hands on....Mão na massa.
Seu Borges: -- Claro que sou!
Fabiana: -- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.
Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas.
2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.
Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.
Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação Alfred Nobel.
Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas!
Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação..... só que não sabia nem abrir o capô. Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.
Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as Empresas modernas torcem o nariz: O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.
Max Gehringer
(Max Gehringer / Colunista da Revista EXAME)

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Conheça as 150 melhores empresas no Brasil para você trabalhar

Seleção foi feita pelo Guia EXAME — Você S/A

A edição 2006 do Guia EXAME — Você S/A das Melhores Empresas para Você Trabalhar traz números impressionantes. Em sua décima edição, o guia registrou mais de 500 empresas inscritas. A pesquisa é a maior do gênero no país. Neste ano, 121 mil funcionários responderam ao questionário que avalia a qualidade do ambiente de trabalho e da gestão de Recursos Humanos. A equipe responsável pela pesquisa visitou 268 empresas — 63 a mais do que em 2005 —, localizadas em 100 cidades brasileiras.

Entre as 150 empresas classificadas pelo Guia, 10 foram eleitas as melhores do ano, 10 foram premiadas como as melhores para a mulher trabalhar, e uma foi consagrada como a Melhor da Década, por ter se classificado em todas as edições desde 1997. Veja a lista das premiadas:

A Melhor da Década
Promon
As 10 campeãs
1ª Masa
2ª BV Financeira
3ª Serasa
4ª Promon
5ª Landis+Gyr
6ª Arcelor
7ª Eurofarma
8ª Fras-Le
9ª Accor
10ª Albras

As melhores para as mulheres
1ª São Bernardo Saúde
2ª Landis+Gyr
3ª BV Financeira
4ª Serasa
5ª Laboratório Sabin
6ª Citigroup
7ª Magazine Luiza
8ª ABN Amro Real
9ª Eurofarma
10ª IBM Brasil


Veja abaixo a lista completa das empresas classificadas pelo Guia 2006, em ordem alfabética:
1 - 3M
2 - ABN AMRO REAL
3- Accenture
4 - Accor
5 - Agro Amazônia
6 - Albras
7 - Alcoa
8 - AlphaVille Urbanismo
9 - Amanco
10 - Amazônia Celular
11 - Amil Brasília
12 - AON
13 - Apsen
14 - Aracruz
15 - Arcelor
16 - ArvinMeritor (Divisão de Veículos Comerciais)
17 - ArvinMeritor (Divisão LVS)
18 - Atlas Copco
19 - Balaroti
20 - BankBoston
21 - Basf
22 - Batávia
23 - BMS - Belgo-Mineira
24 - Bradesco
25 - Brascabos
26 - Brasil Salomão e Matthes Advocacia
27 - Brasilprev
28 - Braskem
29 - Bunge Alimentos
30 - BV Financeira
31 - Caixa Econômica Federal
32 - Cargill
33 - Caterpillar
34 - Cemig
35 - Chemtech
36 - Citigroup
37 - CNH Latin America
38 - Coats Borborema
39 - Coelce
40 - Construtora OAS
41 - Copagaz
42 - Copesul
43 - CPFL
44 - Datasul
45 - Diageo
46 - Dow Brasil
47 - DPaschoal
48 - Eaton - Divisão de Produtos Automotivos
49 - Electrolux
50 - Elektro
51 - Embraco
52- Embraco
53 - Eurofarma
54 - FM Pneus
55 - Fras-Le
56 - GVT
57 - Henkel
58 - Hoken International
57 - Hydronorth
60 - IBM Brasil
61 - Iharabras
62 - International Paper
63 - Ipiranga Química
64 - Jaguaré
65 - Janssen-Cilag
66 - Kaizen
67 - KBH&C Tabacos
68 - Kraton
69 - Laboratório Sabin
70 - Landis + Gyr
71 - Lojas Quero-Quero
72 - Lojas Renner
73 - Lojas Salfer
74 - Magazine Luiza
75 - Marcopolo
76 - Marisol Nordeste
77 - Masa
78 - Medley
79 - Microsoft
80 - Monsanto
81 - Mosaic
82 - Móveis Gazin
83 - Nasajon Sistemas
84 - Natura
85 - Nestlé Brasil
86 - Nextel
87 - Nicioli
88 - Odontoprev
89 - Orbitall
90 - Ouro Fino
91 - Owens Corning
92 - Patrus Transportes
93 - Pellegrino
94 - Pepsico
95 - Petroquímica União
96 - Petros
97 - Plascar
98 - Pormade
99 - PPE Invex
100 - Precon
101 - Promon
102-Prudential
103 - Publicar
104 - Randon
105 - Redecard
106 - Refap
107 - Resil
108 - Rimo
109 - Rio Negro
110 - Rohm and Haas
111 - Sab Company
112 - Sankyo Pharma
113 - Sanofi-aventis
114 - São Bernardo Saúde
115 - Satipel
116 - Schering-Plough
117 - Serasa
118 - Sérgio Franco Medicina e Diagnóstico
119 - SFIL
120 - Sheraton Porto Alegre
121 - Sicredi Região dos Vales
122 - Siemens
123 - Spress Informática
124 - Sun do Brasil
125 - Synapsis
126 - Synteko
127 - Telefônica
128 - ThyssenKrupp Molas
129 - Tigre
130 - Todeschini
131 - Tokio Marine
132 - TRW Automotive Lavras
133 - U&M
134 - Ulhôa Canto, Rezende e Guerra Advogados
135 - Unimed Blumenau
136 - Unimed Missões
137 - Unimed-Rio
138 - Unimed Seguros
139 - Unimed São José do Rio Preto
140 - Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo
141 - Valeo
142 - Veirano Advogados
143 - Vipal
144 - Visanet
145 - Vivax
146 - Volvo
147 - WEG
148 - Whirlpool
149 - Xerox
150 - Zanzini


domingo, 26 de agosto de 2007

Turma de Administração (reportagem e foto)




O problema virou negócio


Por exigência da lei e pressão de grupos ecológicos, o mercado de estudo de impacto e gestão ambiental cresce como poucos no país

Iniciadas durante o governo Ernesto Geisel, as obras da usina de Itaipu geraram uma onda de orgulho nacional e tímidos protestos ecológicos. Na época, o país dispunha de frágeis leis ambientais, e a ditadura privilegiava apenas o potencial econômico das obras. Para tornar-se a maior hidrelétrica do mundo -- posto que só deve perder em 2009, quando o complexo de Três Gargantas, na China, estiver concluído --, Itaipu engoliu a cachoeira das Sete Quedas do Iguaçu e desalojou milhares de pessoas e animais silvestres. Se Itaipu ainda estivesse na prancheta, a história seria outra. No Brasil de 2007, como demonstra o licenciamento das usinas do rio Madeira, o bem-estar dos bagres e o risco de assoreamento nas bacias amazônicas podem atrasar projetos considerados vitais para pavimentar o crescimento do país.

Desde 1997, a lei determina que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) licencie todos os projetos que incluam dois ou mais estados, estejam em terras ou rios federais ou em áreas de fronteira. Em obras menos complexas, a licença fica a cargo de órgãos estaduais ou municipais. Nos últimos anos, as exigências legais, a pressão dos grupos ecológicos e a retomada de grandes projetos de infra-estrutura criaram um novo mercado verde para as empresas que produzem os estudos de impacto exigidos pelo governo, os EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental Relatório de Impacto Ambiental), e executam os projetos de gestão ambiental.
Apesar de não existirem cifras consolidadas sobre o setor, trata-se de um mercado que cresce ano após ano. Estima-se que ao longo da última década tenham sido criadas milhares de empresas de consultoria ambiental, a maioria de microempresários, e que dezenas de milhares de profissionais -- de engenheiros florestais a arqueólogos -- estejam em atividade no país. No Ibama, há hoje 980 pedidos de licença em fase de avaliação, um recorde na história. Não se sabe ao certo quantos projetos estão sob avaliação nos estados e nos municípios, mas trata-se de um número também em alta -- todos os postos de gasolina, por exemplo, precisam obter licenças ambientais estaduais.
Angela Pimenta, 23/08/2007.


  

Turma de Administração!!!!